quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Desabafo

Estava no outro dia a ver uma série de televisão onde dois polícias eram obrigados a comparecer a sessões de terapia: um deles queixava-se que o outro passava a vida a perder agrafadores que pedia emprestados, e ainda foi, obviamente, acusado de ser mesquinho pelas outras pessoas do grupo. Tive pena do rapaz... Vocês fazem ideia do que é viver com pessoas que passam a vida a perder coisas? Porque eu sei, porque lido com situações destas, duas, senão três vezes por semana. Porque feitas as contas já devo ter desperdiçado um bom quarto de vida à procura de coisas que não me pertencem. Porque podem acreditar que as que me pertencem e empresto, são perdidas fora de casa, e nunca mais as vejo. E depois não há consciência que me valha, porque quem perde não quer saber, e se quiser ter as coisas de volta ainda tenho que ir comprar igual. E depois se reclamo que me perderam as coisas, ainda ficam zangados comigo, porque aparentemente ainda sou má por querer tê-las de volta. E basicamente, toda esta cena desta série de televisão me deu vontade de mandar algumas pessoas que conheço à merda. E, provavelmente, é por isso que não vejo muita televisão.
 

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