terça-feira, 30 de outubro de 2012

Ansiedade

Não é giro quando temos um ataque de ansiedade quando estamos a conduzir? Normalmente tinha-os a meio do sono, agora dá-me destas coisas no metropolitano - porque sou meio claustrofóbica - ou em cima de pontes - porque... não sei porquê sinceramente, nunca tive medo de alturas na vida e continuo a não ter. Mas dá-me, como se o metro e uma ponte fosse uma espécie de trigger mechanism. Mas o último, só para variar, deu-me mesmo parada nuns sinais relativamente perto da minha casa: comecei a levar com o sol de chapa na cara, os meus olhos revoltaram-se contra toda aquela luz, o meu corpo contra o calor, e truca: toma lá um ataque de ansiedade para te animar o dia. O meu primeiro instinto foi obviamente sair a fugir do carro, correr na realidade para um carro da polícia que estava parado nos mesmos sinais, mas no sentido contrário. E depois ri-me e achei ridículo, porque provavelmente os senhores polícias só me levariam mesmo presa. E depois o sinal passou a verde e continuei a conduzir, e a dizer bem alto aquilo que um dos meus irmãos me ensinou, "Não vou morrer, não vou morrer, não vou morrer!" O problema é que isto nunca resulta porque nunca penso que vou morrer para começar. Então fui guiando até ao meu destino, cara, pés e mãos dormentes, a cantar, a tentar enganar o meu cérebro para que ele pensasse que eu estava feliz. Mas o filho da mãe estava mais inteligente do que é normal, e só me largou mesmo quando estacionei o carro e saí cá para fora para apanhar ar. Olhei em volta, vi uma decrépita estação dos bombeiros que parecia ter saído de uma das minhas histórias manhosas policiais, e sorri. Esmaguei a ansiedade, e voltei a sentir novamente. E agora preparo-me mentalmente para a próxima vez que me der um ataque destes, porque é certo e sabido que não deixarei de conduzir, passar pontes ou andar de metro por causa disto. É que não faltava mais nada.

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