sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Género

Tinha um problema quando era míuda (na realidade tinha vários, mas como já vos peguei a bactéria de não lerem o que está entre parênteses nunca saberão este facto...): quando era míuda - e quando digo míuda refiro-me a quatro, cinco anos - achava que o sexo de um tipo de animal era definido pelo género da palavra que lhe servia de nome. Exemplo: Baleia - só poderia haver baleias fémeas, não baleias machos; Outro exemplo: Lobo - os lobos seriam, obviamente, todos machos. Pois é, triste... Mas têm de dar o desconto de uma criança de cinco anos ainda não saber muito bem de onde aparecem os bebés. Lembro-me realmente que nunca me impingiram a história da cegonha, e de não ficar minimamente chocada quando finalmente aprendi estas grandes lições de vida nas aulas de ciências. Mas enfim, era assim que as coisas funcionavam na minha ingénua cachola.
 
Whale Wolf by David Kantrowitz (davidkantrowitz.blogspot.com)

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Desculpas

Pedindo desculpas aqui pela pausa forçada de alguns dias, mas a verdade é que me perdi entre a vontade de escrever sobre a minha tendência a ignorar tudo o que está escrito entre parênteses (pois...) e a minha adoração por viajar de carro sozinha, só eu e o som dos pneus a rolar na estrada, e a bela da musiquinha no rádio, só eu e o nada, porque enquanto ando de carro penso mesmo em nada. E depois houve o trabalho excessivo, e pior que tudo, uma (puta...) de uma dor nos meio das costas que me teria certamente deixado paralisada se não tivesse tido mesmo que me mexer com ela ou não. Pois, eu sei, bué foleiro... E reparem que resolvi usar a expressão "bué", porque a) infelizmente já se encontra no dicionário da língua portuguesa; e b) recuso-me pura e simplesmente a soar erudita e acredito que empregar a palavra "bué" de vez em quando parece-me meio caminho andado para lá chegar. Feitas as desculpas (que são sempre uma boa merda, que nunca se devem fazer, e que na realidade não fazem sentido nenhum porque não me sinto mesmo nada culpada...) até daqui a um ou dois dias, boa gente.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Premonition

Esta é, porque alguma razão que desconheço, a minha passagem favorita de todos os tempos:
 
"Stephen made no reply: he pushed his horse on faster and faster over the bare down, sitting forward with a set, urgent expression on his face, as though he were making an escape; and so they cantered and galloped over the firm turf until they came to the brow of Portsdown Hill, where Stephen reined in for the steep descent. They stood for a while, surrounded by the smell of hot horse and leather, looking down at the vast sweep of the harbour, Spithead, the Island, and the Channel beyond: men-of-war at their moorings, men-of-war moving in and out, a huge convoy tiding it down off Selsey Bill.
They smiled at one another, and Jack had a premonition that Stephen was about to say something of great importance: a false premonition. Stephen spoke only to remind him that Sophie had desired them to pick up some fish at Holland's, and to add three dabs for the children."
 
Patrick O'Brian, Desolation Island